Do Dedo Verde

O cara na sexta-feira bateu o olho na ponta da carteira da escola. Ficou roxo, inchado e perdeu um pouco dos cílios. O colégio ligou para avisar no fim do dia que ele, apesar disso, estava bem.

Na segunda-feira o colégio ligou logo no começo da tarde. Ele machucou um dedo da mão na aula de educação física. Direto para o hospital e depois do raio-x, o diagnóstico: fratura do dedo mínimo. 

O cara quebrou o mindinho da mão direita. Três semanas de molho. Em compensação, hoje não se coloca mais gesso, só uma tala, embrulhada em uma gaze. No caso dele, a gaze verde deu um charme todo especial ao machucado. Fez sucesso na escola no dia seguinte.

O menino do dedo verde. Foi como comecei a chamá-lo. Em razão da gaze e por conta do livro do Maurice Druon, que marcou a minha infância e a de muitos amigos. Fiquei até surpreso e feliz com isso, ver a importância de um livro infantil na formação de tantas pessoas. De tantas pessoas legais. Como Tistu, o menino do livro. Deu uma esperança. Uma motivação.

E deu muita vontade de ler as aventuras de Tistu para o cara. Não é que no dia seguinte ele recebe o livro de presente de uma amiga muito querida. Rolou um cisco. 

E o dedo do cara está melhorando. A gaze ficou menor, agora branca. Mas o dedo verde dele espero que continue, por toda a vida.

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